E como anda a vida?
Sinto que tem acontecido tanta coisa mas, simultaneamente, tão pouca. Não sei se é apenas por viver o mundano com maior intensidade, ou simplesmente por me contentar com pouco, mas a verdade é que nunca me senti tão bem. Tão realizada.
Sempre que entro no Hospital, ganho consciência que realmente é aquilo que quero fazer para o resto da minha vida. É como se a vida lá fora desaparecesse. Adoro os corredores, o desafio das colheitas, dos diagnósticos, os sorrisos dos pacientes ao falar dos seus netos ou do gatinho que os espera em casa. Adoro pessoas, o corpo humano, o carinho que vejo em tantos profissionais de saúde. E é assim que me apercebo da realidade: escolhe um trabalho que gostes e não terás de trabalhar nem um dia na tua vida.
Por outro lado, espero ansiosamente a queima das fitas, a minha primeira! Sonhei durante muito tempo com a serenata, o cortejo, as noites longas com os colegas e amigos que me acompanham nesta jornada. Sonhei durante tanto tempo com o sorriso emocionado do meu avô e da minha mãe ao me verem trajada. Sonhei até com as bolhas que ganharei nos pés ao caminhar nos sapatos do traje!
E assim, num instante, já vejo à distância o final de mais um ano, certamente um dos anos mais desafiantes da minha vida. Com altos e baixos, felicidades e tristezas, a vida não parou, e encaminhou-me para este momento.
E que momento.